segunda-feira, 29 de junho de 2015

ESTADO ISLÂMICO CELEBRA 1 ANO COM PLANOS DE EXPANDIR SUAS FRONTEIRAS!

Há exatamente um ano, o líder do EI (Estado Islâmico), Abu Bakr al Baghdadi, proclamava um califado que estendia por vastas regiões da Síria e do Iraque. De lá para cá, o grupo tem chamado a atenção do mundo pela realização de inúmeros ataques terroristas e assassinatos cruéis, que contribuíram para uma expansão assustadora dos territórios sob seu domínio.

Apesar de o EI ter se tornado o grupo terrorista mais mortal do mundo em 2014, segundo informações do Departamento de Estado dos EUA, a resposta internacional de combate ao grupo ainda é muito fraca e, por isso, especialistas ouvidos pelo R7 acreditam que a tendência seja de o EI ganhar ainda mais força e ameaçar efetivamente os países vizinhos do califado.

Para Cristina Pecequilo, professora de relações internacionais da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), o grupo, que prega uma interpretação radical das leis islâmicas, tem capacidade de expansão regional e esse será seu principal objetivo para 2015.

— Nesse contexto, o que preocupa é que eles já estão bastante próximos da capital iraquiana, Bagdá. A tomada da cidade poderia ter como uma das consequências mais graves a perda completa do Oriente Médio para o fundamentalismo e uma guerra muito mais ampliada na região.

A partir da conquista de Bagdá, explica Gunther Rudzit, coordenador do curso de relações internacionais das Faculdades Integradas Rio Branco, aumentaria exponencialmente a chance de o EI aumentar o seu poder, com o domínio de rotas estratégicas e poços de petróleo, e conquistar territórios de outros países do Oriente Médio.

— A ideia deles é de expandir, no mínimo, pelo mundo islâmico. Por isso, todos os países da região do Oriente Médio e norte da África estão ameaçados. Depois dos governos de Iraque e Síria, os mais vulneráveis são o Irã, por ser majoritariamente xiita, Israel, por não ser um país muçulmano, Egito e Turquia, por estarem na luta contra eles.

Além do mundo islâmico, o EI também se tornou uma ameaça, principalmente, para a Europa devido à ida de milhares de homens e mulheres para se juntar ao EI no Iraque e na Síria, o que aumenta as preocupações de que o continente possa ser alvo de ataques, afirma Rudzit.

— O principal receio dos serviços de inteligência europeus é retorno desses combatentes. Hoje, a França é o país mais preocupado e depois a Itália, que recebe um grande fluxo de imigrantes e refugiados, porque os extremistas podem tirar proveito disso para se infiltrar na Europa. Do Ocidente os alvos mais certos seriam EUA, Europa e Canadá.

Na última sexta-feira (26), dois ataques terroristas fora da região de domínio do EI foram reivindicados pelo grupo: na Tunísia, um homem armado abriu fogo contra turistas em um hotel e matou 39 pessoas; no Kuwait, 27 morreram e 227 ficaram feridas em um ataque contra uma mesquita xiita.

Ambos os especialistas ouvidos pelo R7 concordam que a queda de Bagdá também seria o estopim para uma ação internacional mais efetiva de combate ao grupo. Por outro lado, diz Cristina, países europeus, como França, Alemanha e Inglaterra, que poderiam agir de forma mais eficaz, ainda estão muito reticentes e muito provavelmente continuarão esperando os EUA darem o primeiro passo.

— Até agora, as ações norte-americanas foram bastante tímidas, eles têm feito intervenções aéreas, mas isso claramente não está funcionando. Perder Bagdá, sem dúvida, iria demandar uma ação mais forte, seja com mais ataques aéreos ou repensando uma nova intervenção militar via Nações Unidas e com outros aliados da região.

O que é um califado?*

Depois da morte do profeta Maomé, em 632, seus seguidores concordaram com a criação do califado, que significa sucessão em árabe, como um novo sistema de governo.

O califa é literalmente o sucessor do profeta como chefe da nação e líder da "umma", comunidade de muçulmanos, e tem o poder de aplicar a lei islâmica (sharia) na terra do Islã.

O califado era o sistema político comum da comunidade muçulmana desde o nascimento do islamismo com o profeta Maomé e que durou, em diferentes formas e lugares, até o final do califado otomano, que Mustafa Kemal Atatürk aboliu no início do século 20 para criar a nova república da Turquia. 

FONTE

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