segunda-feira, 1 de junho de 2015

ESTADO ISLÂMICO AVANÇA NA SÍRIA. 78 MORREM EM ATENTADOS NO IRAQUE!

Estado Islâmico volta a ganhar força na Síria e no Iraque! Em ações ousadas e bem planejadas, o grupo consegue dominar 300 mil quilômetros da Síria e se aproxima da fronteira com a Turquia. No Iraque, nas últimas 24hrs, 78 policiais e militares são mortos em atentados orquestrados pelo grupo. A pior baixa do governo iraquiano nas últimas semanas

- Estado Islâmico avança na Síria às custas do regime e dos rebeldes

O grupo Estado Islâmico (EI) ganhou espaço no centro da Síria e avança, às custas das forças pró-governamentais e dos rebeldes, em um país cada vez mais fragmentado.

Após vários êxitos na província de Homs, no centro, e na de Aleppo, no norte, o EI controla metade do território do país, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).

O geógrafo e analista Fabrice Balanche afirma que, entre Iraque e Síria, os jihadistas já controlam cerca de 300.000 quilômetros quadrados, uma área do tamanho da Itália.

O grupo extremista capturou o povoado de Suran no domingo, e agora se encontra a 10 quilômetros da fronteira, indicou o Observatório.

Três dias de intensos combates terminaram com 30 membros do EI e 45 rebeldes mortos, disse a ONG com sede na Grã-Bretanha.

Nesta segunda-feira, o grupo avançava em direção à cidade de Marea, situada em uma rota chave para o abastecimento dos rebeldes a partir da Turquia.

O EI já se voltou contra esta localidade em abril, detonando dois carros-bomba e matando 15 rebeldes, mas não conseguiu tomar a cidade.

No centro da Síria, o grupo extremista sunita conseguiu avançar ao oeste e ao sul a partir da antiga cidade de Palmira, tomada pelos jihadistas há dez dias.

Assim, os jihadistas tomaram o controle da localidade de Basire, situada em um importante cruzamento de estradas, que leva a Damasco em direção ao sul e a Homs.

A captura desta cidade histórica síria ocorreu pouco depois que os jihadistas tomaram o controle de Ramadi, a capital da província de Al-Anbar, no Iraque.

"A rota de Palmira (na Síria) à província de Al-Anbar no Iraque já está aberta (para o EI) sem nenhum obstáculo", ressaltou Mohamed Hassan al-Homsi, um ativista local.

No nordeste da Síria, o EI conseguiu avançar dois quilômetros na capital provincial de Hasake, indicou o Observatório.

Nesta segunda-feira, "um combatente do EI se imolou em um controle pró-governamental perto de Hasake, matando ao menos nove milicianos leais a Damasco", acrescentou.

Uma guerra sem vencedores
As forças governamentais sírias estão cada vez menos dispostas a lutar contra o EI em áreas que não consideram vitais.

"O território vital a proteger para o regime é Damasco, Homs, Hama e a costa. Idleb não está mais (em seus cálculos)", afirmou à AFP uma fonte de segurança síria.

A escassez de equipes militares pelas baixas em combate, somada à dificuldade para novos recrutamentos, fazem com que Damasco e suas milícias escolham suas batalhas e evitem brigar por localidades de maioria sunita ou por aquelas nas quais a população local também não combate o EI, explicou à AFP o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahman.

O analista Aron Lund considera que o EI, os rebeldes e o governo sírio estão afundados em uma guerra com múltiplas frentes abertas na qual não haverá vencedores.

"Conquistarão e perderão cidades (...) ganharão e perderão batalhas, mas você não pode vencer uma guerra como a da Síria. Da mesma forma que não pode vencer uma praga ou um terremoto", declarou.

Para o especialista, o "pseudo califado" fundado pelo grupo entre Iraque e Síria só foi um êxito graças ao "fracasso de seus adversários".

"Uma guerra como a da Síria é impossível de ser vencida", estimou.

 - Estado Islâmico mata 45 policiais iraquianos em novo ataque suicida. 33 militares morreram em outro atentado!
Num dia negro para o Governo iraquiano, pelo menos 45 polícias morreram nesta segunda-feira, vítimas de um ataque suicida lançado pelo autoproclamado Estado Islâmico contra uma base das forças de segurança em Tharthar, a norte de Falluja, cidade a oeste de Bagdá controlada pelos jihadistas. O ataque matou vários altos-cargos da polícia e, segundo a BBC, feriu ainda 33 pessoas, incluindo Moussa Haider, general brigadeiro do Exército.

Este foi apenas um dos dois ataques contra as forças de Bagdá. No mesmo dia, numa ofensiva distinta, morreram 33 militares numa emboscada do mesmo grupo. O ataque surpreendeu militares e combatentes das milícias xiitas em Seddiqiya e, de acordo com a Al-Jazeera, feriu 40 pessoas. Numa questão de horas, morreram 78 combatentes leais ao Governo e, segundo as autoridades iraquianas o número de vítimas do atentado na base de Thartha deve aumentar. 

No ataque suicida foram utilizados três blindados (Humvees, viaturas blindadas que os Estados Unidos introduziram no país e continuaram a vender a Bagdá), de entre os milhares que foram capturados pelos radicais islamistas às forças iraquianas ao longo dos últimos meses, como admitiu o primeiro-ministro, Haider al-Abadi, no domingo. Só em Mosul, disse Abadi, o exército perdeu para os jihadistas 2300 Humvees comprados aos EUA. As explosões desta segunda-feira atingiram ainda um depósito de armas do exército, cujas munições explodiram por várias horas. 

Os ataques suicidas têm desempenhado um papel cada vez mais central na estratégia militar do autoproclamado Estado Islâmico. Os islamistas já antes lançaram vários atentados suicidas de grande dimensão, em especial em Kobane, na Síria, junto à fronteira com a Turquia, mas nada como a dimensão que agora se vê na província em Anbar, no Iraque, onde têm dependido desta tática para avançarem no terreno e se agarrarem às posições já conquistadas.

O ataque desta segunda-feira foi, aliás, o terceiro atentado suicida em menos de uma semana nos arredores de Falluja a matar dezenas de militares iraquianos de uma só vez. No domingo, o grupo matou 20 militares num quartel com oito carros armadilhados; na sexta-feira, uma série de ataques suicidas contra uma coluna militar a caminho de Ramadi matou 55 pessoas, incluindo 17 soldados.

Os extremistas “estão a utilizar estes carros bomba com um efeito devastador”, escreve o enviado da Al-Jazira em Bagdad, Imran Khan. "É muito difícil para o exército iraquiano defender-se contra estes carros.”


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