quarta-feira, 3 de junho de 2015

IRAQUE DISPOSTO A RETOMAR A COMPRA DE ARMAS BRASILEIRAS

Tradicional parceiro comercial do setor pode retomar a compra de armas do Brasil. Real mais baixo que o Dólar e possível ajuda do país no combate ao Estado Islâmico podem ajudar nas negociações

O iraque, que foi um dos maiores clientes de armas brasileiras entre as décadas de 1960 e 1980, manifestou nesta terça-feira (2) seu interesse em reiniciar a compra de produtos de defesa do Brasil, informou o Ministério da Defesa.

Essa intenção foi comunicada pelo ministro das Relações Exteriores do Iraque, Ibrahim al Jaafari, na visita que fez hoje ao Brasil e durante a qual se reuniu com o chanceler Mauro Vieira e com o ministro da Defesa, Jaques Wagner.

O ministro iraquiano "demonstrou interesse em retomar as aquisições dos produtos de defesa brasileiros depois que, no anos 80, o país foi um dos grandes parceiros comerciais do Brasil".

O Brasil, que durante muitos abasteceu o Iraque de produtos como os mísseis Astros II, os tanques de guerra Osorio, os aviões de combate Tucano e diferentes armas convencionais, suspendeu as vendas em 1990 devido ao embargo internacional imposto a esse país pela invasão do Kuwait.

Segundo o comunicado do Ministério da Defesa, o aquecido mercado brasileiro da indústria de defesa movimenta cerca de US$ 6,5 bilhões ao ano, com US$ 3 bilhões em exportações, e gera 30.000 empregos diretos.

Os fabricantes brasileiros de foguetes, aviões e carros de combate tinham como principal mercado regional o Oriente Médio, para onde exportavam quase 50% de sua produção na década de 1970. O principal cliente era o Iraque, que concentrava 40% das compras, seguido pela Líbia (30%).

Em seu encontro com as autoridades brasileiras, Jaafari disse que o Iraque precisa equipar-se para combater a ameaça terrorista do grupo Estado Islâmico, que domina territórios tanto nesse país como na Síria. Ele acrescentou que o principal motivo de sua visita foi solicitar o apoio do Brasil nos esforços militares do governo iraquiano pela estabilização do país e o combate ao terrorismo.

"A guerra contra o terrorismo não é uma guerra convencional. Buscamos os países amigos e democráticos para defender aqueles que estão sofrendo com esse fenômeno", afirmou o chanceler iraquiano, citado no comunicado do Ministério da Defesa, ao defender acordos de cooperação com o Brasil.

Por sua parte, Jaques Wagner comentou que o Brasil tem uma longa tradição de paz e de solidariedade e que, por isso, "expressamos nossa total solidariedade ao Iraque perante as atrocidades que são perpetradas no país".

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