A onda de ataques praticados por bandidos começa a apavorar os cariocas. Dois PMs foram fuzilados dentro de um carro, fardados, na sequência de atos terroristas que começou domingo. No contra-ataque, 1,2 mil policiais ocuparam 17 favelas, mas o temor se intensifica. Ontem (23), surgiu a suspeita de que 500 quilos de explosivos reforçariam os ataques. Metade da carga teria sido roubada no Rio Grande do Sul.
A matéria-prima para incrementar a onda de atentados que sacode o Rio de Janeiro desde domingo pode ser oriunda de um assalto ocorrido em Gravataí.
Policiais civis e federais cariocas receberam a informação de que chegou à capital fluminense – ou está para chegar – uma carga com 500 quilos de explosivos (metade dela com origem no Rio Grande do Sul), acondicionada num caminhão. O produto se destinaria a matar autoridades e demolir as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), postos policiais comunitários que foram implantados nas principais favelas, desalojando os traficantes. Seria uma vingança do crime organizado contra a mais bem sucedida novidade na segurança pública do país.
O assalto em Gravataí aconteceu dia 9, numa pedreira, de onde foram roubados 273 quilos de explosivos. Um roubo semelhante ocorreu em Jundiaí (SP), no dia seguinte, quando uma quadrilha levou 275 quilos de dinamite. A autoria? Assaltantes do Primeiro Comando da Capital (principal facção criminosa paulista) teriam realizado os assaltos a pedido de traficantes do Comando Vermelho (facção dominante no Rio), numa joint-venture do crime. Os paulistas teriam inclusive ensinado aos cariocas as técnicas de dinamitar, já que realizaram três ondas de atentados em 2006 em São Paulo. Uma terceira facção carioca, a Amigos dos Amigos (ADA), teria se unido ao complô.
A informação pegou de surpresa os policiais civis e federais gaúchos. O delegado Juliano Ferreira, da Delegacia de Roubos e Extorsões da Polícia Civil – um dos que investigam o caso de Gravataí – vê com desconfiança a informação, mas não duvida.
— Know-how em explosões o PCC tem. Mas acho mais provável que os explosivos tenham sido revendidos para receptadores daqui, até para empreiteiras usarem em demolição legal — minimiza.
A suspeita recai sobre uma quadrilha de ladrões locais, acostumada a explodir caixas eletrônicos bancários. Consultado, o secretário da Segurança Pública do Rio, o gaúcho José Mariano Beltrame, mandou um recado a ZH: diz não saber de onde veio a informação sobre os explosivos. Mas avisa:
— Quem atravessar o caminho do Rio que se pretende será atropelado.
O certo é que no Rio o informe gerou temor pelo poder avassalador do material, suficiente para derrubar prédios inteiros. Além disso, CV e PCC costumam cooperar entre si, especialmente na fronteira Brasil-Paraguai, onde compram drogas dos mesmos atacadistas, o que dá nexo às suspeitas. Nos atentados, dois policiais foram mortos, duas cabinas da PM, atingidas por saraivadas de tiros, e uma viatura da Aeronáutica, metralhada. No contra-ataque, a PM chamou policiais de folga e ocupou 17 favelas, com policiais civis.
O serviço de inteligência da Polícia Civil fluminense detectou que os ataques teriam sido ordenados mediante bilhetes por detentos do Rio confinados na Penitenciária Federal de Catanduvas (PR). A ordem é atacar UPPs e policiais. Dois dos bilhetes apreendidos eram de Márcio Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, e Marcos Antônio Pereira Firmino, o My Thor, líderes do Comando Vermelho trancafiados na prisão de segurança máxima paranaense. Exilados, eles querem voltar para casa. Esses chefões do CV estariam articulados com outros líderes da facção, presos no Rio, como Patrick Salgado Souza (o Patrick do Borel) e José Gonçalves Leite, o Sam da Cidade de Deus.
As autoridades sabiam que essa reação viria. A questão é como resolver. Uma das maneiras é sufocar as bocas de fumo, com presença maciça de tropas, aos moldes do que fez o Exército em 1994. Para isso é preciso gente, dinheiro e paciência. No xadrez com os criminosos, o governo está num impasse. Se ceder às exigências do CV, abre mão do charmoso projeto das UPPs. Não ceder significa aguentar mais alguns dias de pressão. Para desespero dos cariocas.
A matéria-prima para incrementar a onda de atentados que sacode o Rio de Janeiro desde domingo pode ser oriunda de um assalto ocorrido em Gravataí.
Policiais civis e federais cariocas receberam a informação de que chegou à capital fluminense – ou está para chegar – uma carga com 500 quilos de explosivos (metade dela com origem no Rio Grande do Sul), acondicionada num caminhão. O produto se destinaria a matar autoridades e demolir as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), postos policiais comunitários que foram implantados nas principais favelas, desalojando os traficantes. Seria uma vingança do crime organizado contra a mais bem sucedida novidade na segurança pública do país.
O assalto em Gravataí aconteceu dia 9, numa pedreira, de onde foram roubados 273 quilos de explosivos. Um roubo semelhante ocorreu em Jundiaí (SP), no dia seguinte, quando uma quadrilha levou 275 quilos de dinamite. A autoria? Assaltantes do Primeiro Comando da Capital (principal facção criminosa paulista) teriam realizado os assaltos a pedido de traficantes do Comando Vermelho (facção dominante no Rio), numa joint-venture do crime. Os paulistas teriam inclusive ensinado aos cariocas as técnicas de dinamitar, já que realizaram três ondas de atentados em 2006 em São Paulo. Uma terceira facção carioca, a Amigos dos Amigos (ADA), teria se unido ao complô.
A informação pegou de surpresa os policiais civis e federais gaúchos. O delegado Juliano Ferreira, da Delegacia de Roubos e Extorsões da Polícia Civil – um dos que investigam o caso de Gravataí – vê com desconfiança a informação, mas não duvida.
— Know-how em explosões o PCC tem. Mas acho mais provável que os explosivos tenham sido revendidos para receptadores daqui, até para empreiteiras usarem em demolição legal — minimiza.
A suspeita recai sobre uma quadrilha de ladrões locais, acostumada a explodir caixas eletrônicos bancários. Consultado, o secretário da Segurança Pública do Rio, o gaúcho José Mariano Beltrame, mandou um recado a ZH: diz não saber de onde veio a informação sobre os explosivos. Mas avisa:
— Quem atravessar o caminho do Rio que se pretende será atropelado.
O certo é que no Rio o informe gerou temor pelo poder avassalador do material, suficiente para derrubar prédios inteiros. Além disso, CV e PCC costumam cooperar entre si, especialmente na fronteira Brasil-Paraguai, onde compram drogas dos mesmos atacadistas, o que dá nexo às suspeitas. Nos atentados, dois policiais foram mortos, duas cabinas da PM, atingidas por saraivadas de tiros, e uma viatura da Aeronáutica, metralhada. No contra-ataque, a PM chamou policiais de folga e ocupou 17 favelas, com policiais civis.
O serviço de inteligência da Polícia Civil fluminense detectou que os ataques teriam sido ordenados mediante bilhetes por detentos do Rio confinados na Penitenciária Federal de Catanduvas (PR). A ordem é atacar UPPs e policiais. Dois dos bilhetes apreendidos eram de Márcio Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, e Marcos Antônio Pereira Firmino, o My Thor, líderes do Comando Vermelho trancafiados na prisão de segurança máxima paranaense. Exilados, eles querem voltar para casa. Esses chefões do CV estariam articulados com outros líderes da facção, presos no Rio, como Patrick Salgado Souza (o Patrick do Borel) e José Gonçalves Leite, o Sam da Cidade de Deus.
As autoridades sabiam que essa reação viria. A questão é como resolver. Uma das maneiras é sufocar as bocas de fumo, com presença maciça de tropas, aos moldes do que fez o Exército em 1994. Para isso é preciso gente, dinheiro e paciência. No xadrez com os criminosos, o governo está num impasse. Se ceder às exigências do CV, abre mão do charmoso projeto das UPPs. Não ceder significa aguentar mais alguns dias de pressão. Para desespero dos cariocas.
Fonte: Zero Hora
SEMPRE GUERRA: A notícia acima, pouco divulgada na mídia televisiva, é de extrema importância e alerta não apenas para o Rio, mas também para todo o Brasil.
Sabemos que o PCC age em vários estados da Federação, sua união com o CV não é recente e a autoridades sabem muito bem disto.
Se a suspeita da reportagem for confirmada, podemos ter ataques sem precendentes dentro do Estado do Rio de Janeiro. O que todos temem é a união dessas facções. Devemos ter receios sobre até que ponto vai esta união.
Vimos hoje que a Marinha e as Polícias da esfera Nacional, cooperaram com a Segurança do Rio. Se o PCC considerar negativamente esta ação com ajuda Federal, na hipótese mais crítica possível, contra seus "irmãos do tráfico", teremos ataques além do Rio de Janeiro, numa onda de terror nunca vista em esfera nacional em tempos de Democracia.
Lembro que isto é uma hipótese levantada por mim, mas que o Sistema de Inteligência, em diversas esferas do poder, devem levar em consideração para a estabilidade da Segurança Nacional.
Balanço dos Ataques:
A Polícia Militar (PM) divulgou um balanço no início da noite desta quinta-feira com os números da guerra no Rio de Janeiro. Ainda sem os dados referentes ao confronto na Vila Cruzeiro, foram contabilizados 25 mortos em confronto com a PM e 188 pessoas detidas – nem todos mantidos presos.
Os ataques incendiários resultaram em 72 veículos queimados desde domingo – 31 deles nesta quinta-feira: 13 carros, duas vans, 11 ônibus, duas motos, dois caminhões e um microônibus.
Outras sete pessoas morreram mais cedo em confronto com a Polícia Civil na Favela do Jacaré, zona norte da cidade. O número total confirmado de mortos durante o dia chega a 32.
Fonte: Veja
MONITORAMENTO DE SITUAÇÕES DE CRISE:
O Blog Sempre Guerra acompanha a situação do RJ, em parceria com o porque2012.com, divulgamos o seu site de Monitoramento em tempo real no seguinte link: http://porque2012.com/crise.html
Balanço dos Ataques:
A Polícia Militar (PM) divulgou um balanço no início da noite desta quinta-feira com os números da guerra no Rio de Janeiro. Ainda sem os dados referentes ao confronto na Vila Cruzeiro, foram contabilizados 25 mortos em confronto com a PM e 188 pessoas detidas – nem todos mantidos presos.
Os ataques incendiários resultaram em 72 veículos queimados desde domingo – 31 deles nesta quinta-feira: 13 carros, duas vans, 11 ônibus, duas motos, dois caminhões e um microônibus.
Outras sete pessoas morreram mais cedo em confronto com a Polícia Civil na Favela do Jacaré, zona norte da cidade. O número total confirmado de mortos durante o dia chega a 32.
Fonte: Veja
MONITORAMENTO DE SITUAÇÕES DE CRISE:
O Blog Sempre Guerra acompanha a situação do RJ, em parceria com o porque2012.com, divulgamos o seu site de Monitoramento em tempo real no seguinte link: http://porque2012.com/crise.html