Tensão se alastra pelo país. Além da greve dos PM's da Bahia, Rio de Janeiro e outros estados podem paralisar suas atividades em breve!
A Greve:
A greve dos policiais militares da Bahia teve início na noite de 31 de janeiro. Cerca de 10 mil PMs, de um contingente de 32 mil homens, aderiram ao movimento. A paralisação provocou uma onda de violência em Salvador e região metropolitana. O número de homicídios dobrou em comparação ao mesmo período do ano passado. A ausência de policiamento nas ruas também motivou saques e arrombamentos. Centenas de carros foram roubados e dezenas de lojas destruídas.
Eventos Cancelados e Paralisação dos Professores:
Em todo o Estado, eventos e shows foram cancelados. A volta às aulas de estudantes de escolas públicas e particulares, que estava marcada para 6 de fevereiro, foi prejudicada. Apenas os alunos da rede pública estadual iniciaram o ano letivo. As instituições particulares decidiram adiar o retorno dos estudantes.
Para reforçar a segurança, a Bahia solicitou o apoio do governo federal. Cerca de três mil homens das Forças Armadas e da Força Nacional de Segurança foram enviados a Salvador. As tropas ocupam bairros da capital e monitoram portos e aeroportos.
Reivindicação:
Os PMs amotinados estão acampados no prédio da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), na avenida Paralela, em Salvador. O presidente da AL, deputado Marcelo Nilo (PSDB), solicitou apoio ao general da 6ª Região, Gonçalves Dias, comandante das forças de segurança que estão atuando na Bahia, para a retirada dos grevistas do edifício, que chegou a ser cercado por 600 homens do Exército e teve as luzes desligadas.
Dois dias após a paralisação, a Justiça baiana concedeu uma liminar decretando a ilegalidade da greve e determinando que a Associação de Policiais e Bombeiros e de seus Familiares do Estado da Bahia (Aspra), que comanda o movimento, suspenda a greve. Doze mandados de prisão contra líderes grevistas foram expedidos. Cerca de 40 homens do Comando de Operações Táticas, a tropa de elite da Polícia Federal (PF), foram destacados para cumprir as decisões judiciais.
A categoria reivindica a criação de um plano de carreira, pagamento da Unidade Real de Valor (URV), adicionais de periculosidade e insalubridade, gratificação de atividade policial incorporada ao soldo, anistia, revisão do valor do auxílio-alimentação e melhores condições de trabalho, entre outros pontos.
Uma possível paralisação nacional já foi noticiada num post de 2010 aqui no Sempre Guerra (Brasil em Alerta: Polícias devem fazer Greve Geral em 2011). Agora, a ameaça de Greve em outros estados se torna crescente após infelizes episódios vivenciados na Bahia. Onde tudo poderia ser resolvido com diálogos, vemos exército confrontando com policiais, um grande absurdo.
Invasão da Assembléia Legislativa da Bahia pode desencadear greve nacional
Nesta segunda, exército iniciou procedimentos de invasão ao prédio da Assembléia Legislativa da Bahia. No dia anterior a água e luz foram cortadas. Hoje, pela manhã, tropas do Exército Brasileiros cercaram o local, impedindo a entrada e saída dos manifestantes. Tiros já foram disparados no local e pelo menos 3 pessoas foram atingidas, incluindo um policial militar que recebeu um tiro de borracha no rosto. O clima continua tenso no local.
O fato tem causado revolta em policiais de todo o Brasil. Na história recente do Brasil não temos notícia de nenhuma prisão de grevistas ou líderes sindicais. Mas o governo que se diz ser dos Trabalhadores convenceu a Justiça a decretar a prisão de 12 líderes de policiais militares.
O governo tenta jogar a culpar policiais militares pela onda de saques e vandalismo que aterrorizam todo o estado da Bahia, quando na verdade o verdadeiro culpado é o governo baiano que se negou a negociar com a categoria.
Diante da indignação nacional dos policiais militares, caso a invasão da Assembléia Legislativa se concretize, poderá ser o estopim para um movimento de greve nacional que pode se abater em todo o Brasil, atingindo vários estados brasileiros.
Conclamamos ao governo que tenho bom senso e trate com respeito os manifestantes, policiais militares, homens, mulheres e crianças que se encontram no local.
Mas conclamamos a todos os policiais a ficarem atentos e em estado de alerta as atitudes arbitrárias do governo estadual e federal.
Policiais de todo o Brasil não estão dispostos a aceitar isso facilmente.
Fonte: PEC300.com
Greve Geral já planejada?
Segundo fontes que colaboram com o Sempre Guerra, há indícios de que a greve possa se espalhar para outros estados. Destaco os estados de RJ, RS, PR, ES, GO, DF, TO, PE, RR, AL, e MT.
O general De Nardi, Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas do Brasil, colhe informações para o governo federal. Uma delas diz respeito ao teor do que diversos governadores têm conversado entre si. Conversas sobre o que estaria por trás do movimento grevista da PM, que antes da Bahia já irrompeu no Ceará e Maranhão. E que, avaliam governadores, ameaça se alastrar por outros estados. O Rio de Janeiro e o Espírito Santo seriam os próximos, às vésperas do carnaval.
Na avaliação de governadores, o pano de fundo das manifestações é a PEC 300, como é conhecido o Projeto de Emenda Constitucional que estabelece um piso salarial mínimo para policiais militares e civis e bombeiros de todo o Brasil.
Já aprovada em primeiro turno na Câmara dos Deputados, a PEC 300 estabelece um piso - de início provisório - entre R$ 3,5 e R$ 7 mil. O Maranhão já viveu sua greve da PM, assim como a Bahia na última semana e, na virada do ano, o Ceará do governador Cid Gomes.
ÚLTIMA ATUALIZAÇÃO: Policiais do RJ podem entrar em greve!
Policiais, bombeiros e agentes penitenciários do Rio de Janeiro prometeram na tarde deste domingo antecipar a paralisação das categorias, inicialmente prevista para o próximo dia 10, caso "qualquer covardia" seja cometida contra os agentes que participam do movimento grevista na Bahia. Ontem, o Exército foi convocado pelo governo baiano para desocupar a Assembleia Legislativa, onde os grevistas acampam desde terça-feira. Helicópteros e blindados apoiam a ação.
Fonte: Terra