No ultimo sábado, o Estado Islâmico divulgou novo vídeo com a execução de 25 soldados sírios pelo batalhão jovem do grupo. Hoje, ataques aéreos liderados pelos EUA, mataram 30 pessoas, incluindo 6 civis. Já a batalha ao oeste do país, 14 militantes pró governo e do Hezbollah e 11 jihadistas morreram em combate em Zabadani. Número de mortos podem aumentar, já que intensos combates são travados em várias regiões do país
A coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos realizou ataques sem precedentes sobre Raqa, a capital de fato do grupo jihadistas Estado Islâmico (EI) na Síria, matando pelo menos 30 pessoas e destruindo várias infraestruturas utilizadas pelos jihadistas.
Além disso, as forças do regime de Bashar al-Assad, apoiadas por milicianos do Hezbollah libanês, entraram na cidade de Zabadani, uma das últimas localidades ainda controlada pelos rebeldes na região de Qalamoun, perto da fronteira libanesa.
Em outra frente de combate, em Aleppo (norte), os combates prosseguiam entre as tropas governamentais e duas coalizões rebeldes que procuram avançar nesta que é a segunda maior cidade do país.
ATAQUES DA COALIZÃO: 30 MORTES
O Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH) indicou que em Raqa, ao menos 30 pessoas foram mortas no sábado à noite e neste domingo de manhã nos bombardeios realizados pelos aviões da coalizão antijihadista.
Seis civis, incluindo uma criança, estariam entre as vítimas e os demais mortos seriam combatentes do EI, ressaltou o OSDH, com sede na Grã-Bretanha.
"Intensos ataques aéreos (...) foram realizados para privar o Daesh (acrônimo em árabe para EI) de sua capacidade de transporte de equipamentos militares por toda a Síria e em direção ao Iraque", explicou o porta-voz da coalizão, o tenente-coronel Thomas Gilleran.
Trata-se de "uma das mais importantes ações realizadas até agora na Síria", indicou o porta-voz, que explicou que edifícios do EI e estradas foram destruídas em Raqa.
Os ataques "reduziram em grande medida a liberdade de movimento dos terroristas", insistiu o tenente-coronel Gilleran.
EXECUÇÃO DO ESTADO ISLÂMICO: 25 MORTES
Esses ataques aéreos ocorrem após a difusão no sábado pelo EI de um vídeo exibindo a execução de 25 soldados do regime sírio no anfiteatro romano da cidade histórica de Palmira (centro da Síria) por adolescentes.
Essa execução em massa teria acontecido logo após a tomada, em 21 de maio pelos jihadistas, de Palmira, lar de antigas ruínas mundialmente famosas e classificadas pela Unesco como Patrimônio Mundial da Humanidade.
BATALHA DE RUA DO HEZBOLLAH E ASSAD: 25 MORTES
Na região de Qalamoun, as forças do regime apoiadas pelo Hezbollah entraram em Zabadani, localizada 20 km ao norte de Damasco, segundo a televisão estatal.
"Em cooperação com a resistência libanesa (Hezbollah), os soldados tomaram o controle do distrito de al-Jamaiyat, a oeste de Zabadani, e do de al-Sultana, a leste da cidade", indicaram.
As operações, que continuam, deixaram dezenas de mortos e feridos entre os rebeldes.
De acordo com o OSDH, pelo menos 14 membros das forças do regime e do Hezbollah foram mortos nos combates nas últimas 24 horas, bem como pelo menos 11 rebeldes.
CONFRONTO COM AL-NUSRA E FATA HALAB
Em Aleppo, os combates continuam entre as forças governamentais e duas coalizões rebeldes que buscam controlar os distritos ocidentais da cidade.
Segundo o Observatório, uma ofensiva liderada pelos rebeldes islamitas da Frente Al-Nusra, o ramo sírio da Al-Qaeda, contra o bairro de Zahra, fracassou, mas a luta continua nos arredores do bairro.
Uma segunda coalizão, Fatah Halab, formada por rebeldes mais moderados, tomou um posto de controle militar em um bairro, que as forças do regime tentavam recuperar neste domingo.
Aleppo, antiga capital econômica da Síria, não tinha experimentado mudanças significativas no conflito desde a sua divisão, em julho de 2012, entre as áreas controladas pelos rebeldes, a leste, e as áreas controladas pelo regime, a oeste.
Os combates dos últimos dias estão entre os mais violentos em Aleppo desde 2012, com centenas de morteiros e foguetes lançados contra os bairros de ambos os lados.
Mais de 230.000 pessoas foram mortas no conflito na Síria, iniciado em março de 2011.
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