Onze pessoas morreram nas últimas 24 horas no leste separatista da Ucrânia onde a violência tem aumentado na véspera de um voto sobre uma reforma constitucional para apaziguar o conflito.
Kiev citou a morte de oito soldados e de 16 outros feridos, um número recorde nas últimas cinco semanas. As autoridades rebeldes anunciaram por sua vez a morte de dois combatentes e de um civil, segundo a agência separatista DAN.
O Conselho ucraniano de Segurança e Defesa acusou em um comunicado os separatistas de uso de artilharia de 152 milímetros, proibida pelos acordos de paz de fevereiro.
Os disparos contra o exército ucraniano nas últimas 24 horas são "um dos mais intensos desde a assinatura dos acordos de Minsk", indicou o órgão, estimando que os separatistas tentam "arruinar os acordos Minsk e retomar as hostilidades".
A retomada da violência ocorre na véspera de um voto no Parlamento ucraniano sobre um projeto de reforma constitucional visando dar mais autonomia às regiões do leste separatista.
O Ocidente considera esta reforma como um passo para uma solução ao conflito, que fez mais de 6.500 mortes desde abril de 2014, segundo a ONU.
Mas muitos na Ucrânia veem uma tentativa de paralisar o conflito.
Neste contexto, a chanceler alemã Angela Merkel e o presidente francês François Hollande telefonaram terça-feira à noite ao presidente do Parlamento ucraniano, Volodymyr Groisman, para discutir o assunto.
Os dois líderes "elogiaram a reforma constitucional baseada na descentralização" e pediram para que as autoridades ucranianas "considerem as particularidades" dos territórios controlados pelos rebeldes ", como previsto nos acordos de Minsk, indicou nesta quarta-feira a embaixada da Alemanha na Ucrânia.
A vice-secretária de Estado americano, Victoria Nuland, chegou a Kiev nesta quarta para abordar a questão em uma reunião com o presidente do Parlamento.
Ela "ressaltou a importância da votação de amanhã", segundo informou à AFP uma fonte parlamentar.
O projeto de reforma concede mais poderes para o conselho de representantes regionais e locais, mas, ao contrário das expectativas dos rebeldes, não confirma definitivamente o estatuto semi-autônomo dos territórios sob seu controle. De acordo com o projeto de reforma, este estatuto deve ser determinado por uma outra lei e por apenas três anos.
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