quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Brasil Rejeita ação da OTAN no Atlântico Sul. Mercosul repudia ação da Inglaterra nas Malvinas

 

Denise Chrispim Marin CORRESPONDENTE / WASHINGTON – O Estado de S.Paulo

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, apresentou formalmente aos Estados Unidos a rejeição do Brasil a qualquer interferência da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) no Atlântico Sul. Em conversas com autoridades americanas nos últimos dias, Jobim afirmou que o governo brasileiro vê com reservas as iniciativas de Washington de associação das duas áreas geoestratégicas do oceano.

A tese da “atlantização” da Otan tem sido reforçada especialmente pelos EUA, que conseguiram estender a ação dessa organização a regiões distantes do Atlântico Norte, como o Afeganistão.

“O Atlântico Sul responde a questões de segurança muito diferentes das do Atlântico Norte”, afirmou Jobim ao Estado. “A Otan não pode substituir a ONU”, acrescentou ele, referindo-se ao temor de os EUA se valerem dessa organização para promover ações multilaterais sem o respaldo do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Jobim já havia anunciado a preocupação brasileira em uma conferência no Instituto de Defesa Nacional, em Lisboa, em setembro. Na ocasião, argumentou que uma interpretação literal do conceito de “atlantização” da Otan permitia a intervenção dessa entidade em qualquer parte do mundo e sob vários pretextos, especialmente o risco energético. Diplomatas brasileiros informaram que o governo tenta convencer sócios da Otan também parceiros comerciais do Brasil na área militar, como a França e a Itália, a desaprovar esse conceito.

Ontem, Jobim expôs a posição brasileira ao conselheiro de Defesa Nacional da Casa Branca, general James Jones. Na noite anterior, havia explicado a questão ao subsecretário de Estado para o Hemisférico Ocidental, Arturo Valenzuela. O tema foi explorado ainda pelo ministro em uma mesa-redonda na Universidade Johns Hopkins, ontem, da qual parlamentares americanos participaram.

Jobim explicou ao Estado que o Brasil não entrará em entendimento com os EUA sobre essa questão porque o país não ratificou a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, de 1982. A rigor, isso significa que a Casa Branca não é obrigada, por lei, a respeitar a plataforma continental de 350 milhas náuticas de distância e os 4.000 quilômetros quadrados de fundos marinhos do Brasil, que estão definidos pela convenção.

Essa situação traz preocupações especiais ao governo brasileiro em relação à exploração de petróleo na camada do pré-sal.

Fonte: Plano Brasil / Estado de SP

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Chanceleres do Mercosul rejeitam manobras militares nas Malvinas 
Os chanceleres do Mercosul, bloco formado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, expressaram nesta segunda-feira em comunicado conjunto seu “mais direto protesto” pela decisão do governo britânico de realizar manobras militares nas ilhas Malvinas.

Os ministros, que se encontram em Montevidéu para participar das reuniões do parlamento do Mercosul (Parlasul), ratificaram a “preocupação” do bloco por essa decisão do Reino Unido e apoiaram as recentes declarações da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) e do Grupo do Rio neste sentido.

Também expressaram rejeição às declarações formuladas por fontes britânicas à imprensa nas quais indicavam que as manobras seriam “exercícios rotineiros” realizados há 20 anos nas ilhas.

Segundo os chanceleres do Mercosul, a conduta britânica gera “preocupação” e constituiria uma violação das normas de segurança da navegação da Organização Marítima Internacional (OMI).

Argentina apresentou, na última semana, um protesto formal perante a OMI e remeteu à ONU uma cópia do protesto que fez chegar ao Reino Unido por estas manobras nas ilhas, que os britânicos invadiram em 1833 e ocupam desde então.

Argentina e Reino Unido protagonizaram, em 1982, um enfrentamento bélico pelas Malvinas que deixou cerca de mil mortos e, desde então, o país sul-americano não deixou de reivindicar perante a ONU e outros organismos internacionais a soberania das ilhas, situadas a 400 milhas marítimas de seu litoral.

Fonte: Plano Brasil

5 comentários:

  1. Ótimo post Yusuke!!! A OTAN parece um polvo enorme com braço pra tudo que é lado!!!

    Espero que a resistência seja firme.

    Valeu
    Abração

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  2. Olá amigos.

    Pelo que se vê, numa hipótese de nova Guerra das Malvinas pode não ser só Argentina x Inglaterra. Há outros interesses em jogo.

    Todos os hermanos devem "trabalhar" em conjunto para o bem comum.(muita habilidade diplomática)
    Seja Serra ou Dilma, deverão estar afinados com os demais sul-americanos, independente de direitismos/esquerdismos/totalitarismos...
    o que importará será a certeza da nossa soberania sendo garantida.

    Mais do que nunca tem muito "olho gordo" voltado ao Brasil... estão achando pretextos e fórmulas para nos rondar.
    Inevitavelmente o Brasil e vizinhos estão se envolvendo na corrida armamentista mundial.
    O que acontece se o país entra nessa corrida?
    E o contrário, se fica para trás nessa corrida?

    Outro aspecto é o quesito "relacionamento", como você mostra Yusuke, este como nunca tem/terá grande peso nas decisões político-diplomáticas.
    Como os sul-americanos se relacionam com todas as diversas potências/blocos do mundo.

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  3. Excelente comentário Zero! Mais uma vez, obrigado por sua participação e a Ravena tbm.

    A OTAN está insatisfeita com a Venezuela, esta agora faz parte da Mercosul. Agora não tem jeito, qualquer decisão que Chavez tomar, vai interferir sim aqui no Sul do continente.

    As ameaças e provocações internacionais contra os países sul americanos só tem se intensificando e a minha opinião é que estamos atrasados em nos defender.

    Repito mais uma vez, o Brasil "paga" pela sua soberania sim! Damos dinheiro aos países da "potência militar". Jobin tá sendo muito macho em peitar os gringos e vai além: Acordos militares com a China,fortes treinamentos de guerra e simulações de invasão em território brasileiro e ele não pára de pressionar o Lula para fechar logo o pacote de compras de caças e outras aquisições, ele sabe muito bem dos perigos.

    Vamos ficar atentos para novembro, dizem nos bastidores que a Argentina em conjunto com outros países, inclusive o Brasil, realizará manobras militares perto das malvinas... Se der a louca neles, eles invadem a ilha novamente e o Brasil entra de "bobo" na guerra...

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  4. Interessante li este post hoje mas antes tarde do que nunca e a notícia ainda esta fresca, e eu sempre digo: temos uma guerra sendo preparada aqui na america do sul, eu me preocupo com o que acontece no oriente medio, mas a questão é que aqui a coisa está se arregimentando em favor do inimigo.
    Eu ja vi especialistas falando que hugo chaves não está se armando atoa, existe uma ameaça de guerra e a desculpa será justamente hugo chaves e não é atoa que ele está se armando, e está fazendo o certo, conseguiu aumentar o exircito em quase 2 milhões, contando com a milicia pessoal dele está comprando armamento russo, dos quais ja recebeu varios e mais contratos foram assinados "em segredo".
    O brasil tem que se armar, a argentina esta marcando bobeira tem toda tecnologia pra consturir a bomba atômica, só falta fazer (si é que já não está fazendo).
    Armas de guerra na costa rica, armamento e aviões bombardeiros na colômbia, a quarta frota e tudo isso com a desculpa de lutar contra o narcotráfico kkkkkkk... e agora tbm a inglaterra por essas bandas, coisa boa que não é.
    Bobo quem pensa que a guerra é só para a asia e oriente medio, o perigo está ao nosso lado e muitos não estão vendo.

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  5. Interessante isso que vc lembrou, caetano. Os EUA reativaram a frota 4, isso significa que a América do Sul está no radar dos EUA. Eles estão preocupados com alguma coisa aqui. Eu não creio que seja o petróleo, porque pouco a pouco as energias alternativas estão ocupando mais espaço. Pode ser o Nióbio, material usado em cápsulas espaciais e armamento bélico, mas isso fica bem no meio do território brasileiro, e uma invasão no Brasil significaria a 3ª Guerra Mundial, o que não é nada bom. Então, o que será que é?

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