terça-feira, 17 de agosto de 2010

Oriente Médio e Norte da África cada vez mais Tensa!

Israel bombardeia Gaza em retaliação a ataques palestinos


Israel realizou ataques aéreos contra alvos na Faixa de Gaza nesta terça-feira após dois soldados ficarem feridos em um ataque a bomba por militantes, informaram o grupo islâmico Hamas e testemunhas palestinas. Eles disseram que os ataques aéreos atingiram túneis de tráfico no sul do território, na fronteira com o Egito, e uma área aberta no sul da cidade de Khan Younis usada por militantes para o lançamento de foguetes contra Israel.
Não há relatos de feridos. O exército de Israel não comentou as informações. Militantes palestinos em Gaza lançaram dois morteiros contra Israel nesta terça-feira, ferindo dois soldados. Pouco depois do ataque, seis tanques israelenses entraram em Gaza e um deles atirou contra uma casa perto de Khan Younis, sem deixar feridos.

O ataque dos militantes ocorreu um dia após soldados israelenses terem matado um militante que, segundo o exército, estaria tentando instalar explosivos na fronteira entre Gaza e Israel. O exército israelense afirmou que mais de 115 foguetes e morteiros foram disparados de Gaza contra seu território neste ano.

Israel realizou uma ofensiva de três semanas contra militantes do Hamas em Gaza em dezembro de 2008 com o objetivo declarado de tentar interromper tais ataques.


EUA negam ultimato à Turquia por postura sobre Israel e Irã


A Casa Branca negou nesta segunda-feira (16/08) ter ameaçado cancelar a venda futura de armas à Turquia devido à dura política do país sobre Israel e seu voto contra as sanções das Nações Unidas ao Irã. O jornal "Financial Times" cita um alto funcionário da Casa Branca que assegura que o presidente Barack Obama disse ao primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, que sua política para Israel e Irã dificultaria a aprovação da venda de armas a Istambul por parte do Congresso.

Bill Burton, porta-voz da Casa Branca, confirmou hoje que Obama e Erdogan conversaram há dez dias, mas negou que tivesse sido feito um "ultimato" desse tipo. "O presidente e Erdogan conversaram há cerca de dez dias sobre o Irã e a frota e outros assuntos relacionados", disse Burton, em referência ao ataque israelense em 31 de maio a uma frota de navios que levaria ajuda humanitária à Faixa de Gaza, no qual nove pessoas morreram.

"Obviamente temos um diálogo aberto com eles", acrescentou o porta-voz da Casa Branca, que insistiu que não foi emitido um "ultimato desse tipo". O governo de Erdogan quer comprar aviões americanos para combater os separatistas curdos depois que o Exército americano sair do Iraque no final de 2011, segundo o Financial Times. O grupo rebelde tem bases nas montanhas do norte do Iraque, perto da fronteira com a Turquia.
 
Americano sugere que Israel ataque usina nuclear iraniana

 

 Israel tem oito dias para atacar a central nuclear de Bushehr, no Irã, antes que ela se torne uma usina atômica ativa, declarou o ex-enviado dos Estados Unidos na ONU, John Bolton, em uma entrevista à rede Fox News.

Teerã pretende acionar seu primeiro reator nuclear, construído com a ajuda da Rússia, no dia 21 de agosto, quando um carregamento de combustível nuclear abastecerá o núcleo da usina.

Quando isso acontecer, segudo Bolton, será tarde demais para que Israel lance um ataque militar contra Bushehr: uma vez abastecida de combustível nuclear, a central liberará enormes quantidades de radiação se bombardeada, o que afetaria diretamente os civis iranianos.

"Uma vez que o urânio, uma vez que aquelas barras de combustível estejam bem perto do reator, certamente uma vez que estejam dentro do reator, atacar (a central de Bushehr) significará uma liberação de radiação, não há dúvidas", afirmou Bolton.

"Então, se Israel for fazer alguma coisa contra Bushehr, deve agir nos próximos oito dias". Se os israelenses não atacarem, "o Irã terá alcançado algo que nenhum outro oponente de Israel, nenhum outro inimigo dos Estados Unidos no Oriente Médio tem: um reator nuclear ativo", estimou Bolton.

No entanto, o especialista diz não acreditar que Israel lance semelhante ataque nos próximos dias. "Eu não acho (que o ataque acontecerá), temo que eles tenham perdido esta oportunidade", afirmou.
 
O polêmico ex-enviado americano nas Nações Unidas também criticou o papel da Rússia no desenvolvimento da central nuclear iraniana, afirmando que "os russos estão, como geralmente o fazem, jogando os dois lados.
 
 EUA ampliam guerra secreta contra o terrorismo em dois continentes
 


Inicialmente, o ataque aéreo de 25 de maio contra suspeitos de integrar a Al-Qaeda no deserto da Província de Marib, no Iêmen, soou como uma modesta vitória na campanha contra os terroristas. Mas o ataque também matou o vice-governador da província - um respeitado líder local que estava tentando convencer os membros da Al-Qaeda a cessar sua luta. O presidente Ali Abdullah Saleh admitiu a culpa pela morte.

No entanto, o ataque não foi obra da decrépita força aérea de Saleh. Foi o resultado de uma missão secreta do Exército dos EUA - a quarta contra a Al-Qaeda no deserto do Iêmen desde dezembro -, segundo funcionários americanos.

O ataque ofereceu um vislumbre sobre a guerra secreta do governo Barack Obama contra a Al-Qaeda e seus aliados. Os EUA ampliaram significativamente suas operações militares e de inteligência em uma dúzia de países - dos desertos do Norte da África, às montanhas do Paquistão e ex-repúblicas soviéticas afetadas por tensões étnicas e religiosas -, usando aviões não-tripulados, comandos especiais e pagando a empresas contratadas para espionar e treinar equipes locais para perseguir os inimigos.

A Casa Branca intensificou a campanha de ataque com aviões não-tripulados (drones) no Paquistão, aprovou operações contra integrantes da Al-Qaeda na Somália e lançou ações clandestinas. O governo trabalhou com aliados europeus para desmantelar grupos terroristas no Norte da África, esforço que incluiu um recente ataque da França na Argélia.

Apesar de essa guerra silenciosa ter começado no governo George W. Bush, ela foi expandida sob Obama, que se havia destacado por sua oposição à invasão do Iraque. Virtualmente, nenhuma dessas medidas adotadas pelo governo foi publicamente divulgada. Em contraste com o aumento de tropas no Afeganistão, que ocorreu após meses de debate, por exemplo, a campanha americana no Iêmen nunca foi oficialmente confirmada.

Funcionários do governo destacam os benefícios de manter essa guerra contra a Al-Qaeda e outros militantes nas sombras. Segundo eles, Afeganistão e Iraque têm preocupado os políticos e eleitores americanos por causa dos custos das grandes guerras que depõem governos, requerem anos de ocupação e podem ser um catalisador para mais radicalização no mundo islâmico.

Riscos. No entanto, essas guerras secretas trazem vários riscos: o potencial de operações fracassadas alimentarem a raiva contra os EUA; uma falta de clareza entre os papéis dos soldados e espiões que podem pôr as tropas em risco, tendo negadas as proteções da Convenções de Genebra; o enfraquecimento do sistema de monitoramento do Congresso criado para impedir abusos das operações secretas; e dependência em líderes estrangeiros autoritários.

O bombardeio de maio no Iêmen, por exemplo, provocou um ataque em represália contra um oleoduto por tribos locais e produziu uma propaganda positiva para a Al-Qaeda na Península Arábica. Também deixou o presidente iemenita furioso com a morte do vice-governador provincial.

As exigências do governo Obama aceleraram a transformação da CIA (agência central de inteligência) em uma organização paramilitar, além de uma agência de espionagem, algo que muitos críticos temem que possa reduzir o limite das futuras operações semi-militares. / THE NEW YORK TIMES

PARA ENTENDER
Iêmen é terreno fértil para terroristas
O Iêmen é um dos berços da rede terrorista Al-Qaeda, fundada pelo saudita Osama Bin Laden, responsabilizado pelos ataques de 11 de setembro de 2001 nos EUA. Embora o governo iemenita seja um aliado dos americanos, a fragilidade das instituições políticas, as fronteiras porosas e a vizinhança problemática fazem do país território fértil para os terroristas. Estima-se que dezenas de milhares de iemenitas lutaram ou foram treinados em campos no Afeganistão. A Al-Qaeda também tem uma célula no Norte da África. Na Argélia, o antigo Grupo Salafista para Pregação e Combate mudou o nome para Al-Qaeda no Magreb Islâmico em 2006 e estendeu suas ações a vários países da região.

França Intensifica Guerra contra a Al-Qaeda

 A França assume a guerra contra a Al-Qaeda no Magrebe e vai intensificar a cooperação militar com os países da região. Paris lançou um ataque no Mali na quinta-feira para tentar resgatar Michel Germaneau. A operação foi mal sucedida e em seguida os terroristas anunciaram a execução do refém.

O primeiro-ministro, François Fillon, explicou esta terça-feira que a “França está em guerra contra a Al-Qaeda” e que há vários meses que é prestado apoio militar às forças da Mauritânia que combatem a Al-Qaeda no Magrebe. E concluiu, dizendo que Paris o faz porque a organização “é uma ameaça para ambos os países”.

Mas a cooperação na região não é a melhor. O raide francês com apoio das forças mauritanas foi realizado no Mali à revelia das autoridades deste país. O ministro francês dos Negócios Estrangeiros, Bernard Kouchner, foi despachado para a região para tentar remediar os danos diplomáticos com o Mali. O país é visto como o elo fraco na luta contra a Al-Qaeda no Magrebe, um grupo de quatro centenas de combatentes e que tem como campo de batalha o deserto que junta a Mauritânia, o Mali, a Argélia e o Níger.

A França, antiga potência colonial na região, e os Estados Unidos têm providenciado treino e armamento aos diferentes países da região. Mas a desconfiança entre as capitais impede uma maior cooperação, nomeadamente, partilha de informação.
Paris decidiu, entretanto, elevar o nível de alerta do plano nacional de luta antiterrorista

Al-Qaeda promete vingança a França

 A nota assinada por Abu Abnas al Shanghiti diz: "Ao inimigo de Deus, Sarkozy, eu digo: você perdeu a oportunidade e abriu o portão do horror para o seu país"

A ala norte-africana da Al Qaeda alertou a França que irá vingar a morte de combatentes seus em uma ação militar francesa no mês passado no Saara.

Em nota postada em fóruns de muçulmanos radicais na internet, a Al Qaeda no Magreb Islâmico chamou o presidente da França, Nicolas Sarkozy, de "inimigo de Deus". O texto conclama tribos do deserto, espalhadas entre Mali, Níger, Mauritânia e Argélia, a se unirem à luta contra "os filhos e agentes da França cristã."

A ação militar francesa se destinava a tentar libertar o refém Michel Germaneau, de 78 anos, que acabou sendo morto pelos rebeldes.

A nota assinada por Abu Abnas al Shanghiti diz: "Ao inimigo de Deus, Sarkozy, eu digo: você perdeu a oportunidade e abriu o portão do horror para o seu país (...). Não digo que será hoje, amanhã ou depois, mas irá acontecer".

A Al Qaeda diz que a França atacou enquanto ainda havia negociações pela libertação de Germaneau. O governo francês afirma que tais negociações não ocorreram.

A nota diz que entre os militantes mortos na ação havia três integrantes de tribos tuaregues da Argélia, Mauritânia e Marrocos. "Peço a essas orgulhosas tribos, cujos filhos caíram como mártires (...), que os vinguem matando os filhos renegados e agentes da França cristã", acrescentou a nota.

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