A Otan decidiu nesta quinta-feira (5) reforçar a defesa em seus países membros do leste europeu, com uma nova força de cinco mil homens e seis centros de comando, uma resposta ao que o secretário-geral da Aliança, Jens Stoltenberg, chamou de "agressão" da Rússia na Ucrânia.
"É uma resposta às ações agressivas da Rússia, que violou o direito internacional e anexou a Crimeia", declarou Stoltenberg ao chegar a uma reunião de ministros da Defesa da Otan, em Bruxelas.
Stoltenberg insistiu que esta nova força expedicionária será totalmente defensiva e explicou que os ministros definiriam "a dimensão e composição da força", que deve ter a capacidade de ser "implantada em poucos dias".
O principal componente desta força, que estará operacional em 2016, deverá ter "5.000 homens."
Desta maneira, a Aliança coloca em prática o que decidiram os chefes de Estado e de Governo durante a cúpula da Otan em Cardiff, em setembro.
No entanto, para não ofuscar Moscou, que qualifica a Otan como uma "ameaça" para a sua segurança, as tropas dessa nova força expedicionária será mobilizada no oeste, mas poderá participar em exercícios militares nos países que antes faziam parte de Pacto de Varsóvia.
Simbolicamente, os ministros devem aprovar nesta quinta a criação de "seis centros de comando" nos três países bálticos, Polônia, Romênia e Bulgária.
Esses blocos terão cerca de 40 militares e serão responsáveis por organizar e facilitar os exercícios militares e, se necessário, o envio de uma força expedicionária.
Este programa faz parte da modernização da "Força de Reação Rápida" da Otan, criada em 2003, mas considerada muito limitada e lenta. Stoltenberg disse que o seu contingente será aumentado para 30 mil militares.
A força expedicionária também poderá ser implantada em outras partes, como no norte da África ou no Oriente Médio, segundo Stoltenberg.
O secretário-geral da Otan não se pronunciou sobre os pedidos de alguns países de enviar armas para a Ucrânia, afirmando que a decisão cabe, individualmente, a cada um dos 28 Estados-membros.
Mas, no entanto, comemorou a visita a Kiev nesta quinta-feira e a Moscou na sexta-feira do presidente francês, François Hollande, e da chanceler alemã, Angela Merkel.
O atual poder militar russo não poderá ser mantido nas próximas décadas, até mesmo por causa da evolução tecnológica chinesa e ocidental, que ameaça desumanizar a guerra e virar o jogo, de vez, em favor das potencias industriais e tecnológicas. A superioridade russa atual, que se deve ao seu arsenal nuclear e à prontidão de grande parte das suas forças conseguidas na era Putin, não vai durar mais de vinte anos, provalmente muito menos, e nesse período muito pode acontecer. Desconfio que um conflicto mundial é inevitável, a não ser que os povos ocidentais consigam tomar as rédeas do seu destino e se desliguem das elites globalistas. Num quadro de confito, a Rússia, com enormes dificuldades, poderá vencer, mas o custo será a redução brutal da sua população e do seu território. Porém, isso é melhor do que desaparecer em caso de partilha entre a China e as elites ocidentais, que apostam nisso desde os tempos de Kissinger, continuando a orientação nos anos de Brzezinsk e chegando aos dias de hoje.
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