Impasse sobre o programa nuclear iraniano continua sendo um ponto de divergência entre Israel e EUA. Os americanos querem diálogos e os israelenses querem a suspensão imediata do programa.
Os Estados Unidos começaram a limitar a quantidade e a qualidade da informação compartilhada com Israel sobre as atuais conversas que as potências mantêm com o Irã sobre seu programa nuclear, publicou nesta segunda-feira o diário "Ha'aretz".
Citando destacadas fontes oficiais envolvidas na questão, assinalou que os EUA consideram, aparentemente, que os dois países têm um conflito de interesses em relação à questão iraniana. Enquanto o presidente americano, Barack Obama, é partidário da continuidade da negociação para chegar a um acordo com o Irã, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, defende impedir um pacto que considera "ruim" enquanto não o programa nuclear iraniano não for totalmente suspenso.
De acordo com "Ha'aretz", uma das principais razões para limitar a informação é o temor de vazamentos e que Netanyahu as utilize para fins políticos e tente sabotar as conversas entre o Irã e o Grupo 51.
Os EUA têm a impressão que, nas últimas semanas, a informação dada a Israel sobre o diálogo, como uma nova proposta do Irã sobre o número de centrífugas que pretende manter, terminou na imprensa israelense, no que parece uma tentativa de Netanyahu de desestabilizar as negociações, segundo o jornal.
Destacas fontes oficiais israelenses garantiram que os americanos continuam a deixar os israelenses cientes sobre a discussão, mas que a informação que passam é de "menor resolução".
O Canal 2 da televisão israelense também mencionou que tanto a Casa Branca como o Departamento de Estado rebaixaram de maneira considerável a comunicação com Israel sobre a questão. Ambas as instituições americanas se apressaram a negar qualquer decisão nesse sentido e assinalaram que mantêm contatos regulares com os israelenses, embora não tenham detalhado sobre quais assuntos ou o grau de conteúdo da informação facilitada.
O Escritório do primeiro-ministro israelense afirmou que "a relação estratégica entre Israel e EUA continua sendo profunda, e como parte dos estreitos laços, esta semana o assessor de Segurança Nacional, Yossi Cohen, se reunirá com sua colega na Casa Branca, Susan Rice, e a vice-secretária de Estado, Wendy Sherman". A suposta limitação na informação recebida por Israel é mais um ponto da tensão originada pelo discurso que Netanyahu deve pronunciar no Congresso americano em março, a convite dos republicanos, sobre a questão iraniana.
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