quinta-feira, 18 de setembro de 2014

GUERRA NA SÍRIA: 50 MORTES EM 48HRS. ESTADO ISLÂMICO ABANDONA POSIÇÕES. OBAMA DESCARTA TROPAS

Guerra da Síria em novos capítulos

Pelo menos 48 pessoas, incluindo combatentes rebeldes, foram mortas em ataques aéreos do governo sírio em torno de uma cidade na província central de Homs, disse nesta quarta-feira (17) um grupo de acompanhamento do conflito.

Dois dias de ataques aéreos deixaram várias mulheres e crianças entre os mortos, incluindo uma mãe que morreu com cinco de seus filhos, disse o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, entidade com sede na Grã-Bretanha que monitora a violência na Síria através de uma rede de fontes.

Cerca de uma dezena de combatentes e vários comandantes rebeldes também foram mortos no bombardeio, que teve como alvo Talbiseh, uma localidade ao norte da cidade de Homs, na principal estrada norte-sul do país.

No mesmo dia em que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, descartou novamente o uso de tropas terrestres contra o Estado Islâmico, o Congresso americano aprovou o treinamento de rebeldes sírios para frear o avanço do grupo radical.

Diante de militares em uma base na Flórida, Obama afirmou nesta quarta-feira que os Estados Unidos não se envolveriam em uma "outra guerra em solo no Iraque".

Até agora, os Estados Unidos já realizaram 174 ataques aéreos contra o Estado Islâmico no Iraque desde meados de agosto.

Os americanos seduzidos pela propaganda online do Estado Islâmico e outros grupos militantes constituem a maior ameaça terrorista aos Estados Unidos, que fica especialmente vulnerável aos combatentes estrangeiros que retornam da Síria, disse um alto funcionário de segurança dos EUA nesta quarta-feira.

Embora não existam evidências de que o grupo islâmico radical planeje um ataque em solo americano, a sua máquina de propaganda vigorosa e os esforços de sofisticados recrutamento online criaram uma evidente ameaça potencial, segundo autoridades dos EUA.

O EI "começou a retirar-se de algumas das suas bases e posições na província de Deir Ezzor" (leste), uma região quase totalmente controlada por este grupo 'jihadista', referiu à agência noticiosa AFP Abu Ossama, um militante desta região.

De acordo com este militante de um grupo de oposição ao regime do Presidente sírio Bachar al-Assad, "foram encerradas" todas as posições conhecidas do EI na cidade de Eshara, 60 quilómetros a leste de Deir Ezzor.

O grupo islamita também abandonou o antigo edifício do governador em Deir Ezzor, que se tornou no mais importante entreposto de armas do EI na região, acrescentou.

"Os 'jihadistas' estão ainda em vias de se retirar dos campos petrolíferos. As famílias dos 'jihadistas' estrangeiros que viviam em residências ao lado dos campos petrolíferos já partiram", precisou.

Os grupos extremistas islâmicos estão recrutando cada vez mais meninas e mulheres francesas para atuar nos campos de batalha. De acordo com autoridades de segurança da França, cerca de 100 meninas e mulheres estão atuando na Síria e 175 estão sendo monitoradas na França. O número de francesas preparando a sua viagem ao Oriente Médio vem crescido exponencialmente. No início de 2013 eram quatro sendo monitoradas em território francês, já no começo deste ano o número saltou para 74.

Entre os dois mil europeus que lutam no Iraque e na Síria, cerca de 900 são franceses. Os oficiais de segurança da França temem que os recrutas usem suas recém adquiridas habilidades de guerra e seus passaportes da União Europeia para realizar ataques nos países europeus.


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