As duas Coreias mantêm uma reunião de alto nível para desativar a escalada militar entre ambas, após um duelo de artilharia na fronteira comum que acirrou a tensão na península.
O porta-voz da presidência em Seul, Min Kyung-Wook, informou que as partes acertaram na madrugada de domingo um recesso, depois de mais de dez horas de discussões, mas que retomarão a reunião às 15H00 local (03H00 Brasília), com o objetivo de "aplacar as divergências".
"As duas partes mantiveram um diálogo aberto sobre como resolver as tensões recentes e melhorar as relações", informou Min.
O encontro acontece na localidade de fronteira de Panmunjon, e teve início após o fim do prazo dado por Pyongyang para que Seul suspendesse sua propaganda por alto-falantes na fronteira, sob pena de uma "guerra total".
O Sul é representado pelo ministro da Unificação, Hong Young-Pyo, e o diretor da Agência Nacional de Segurança, Kim Kwan-Jin.
A Coreia do Norte enviou seus militares de maior patente, Hwang Pyong-So - considerado o número dois do regime -, e o secretário do Partido dos Trabalhadores, Kim Yong-Gon, responsável pelas relações com o vizinho do Sul.
A Coreia do Sul retomou sua guerra de propaganda - uma prática que ambos haviam suspenso em 2004 - em represália a minas colocadas na fronteira que mutilaram dois soldados sul-coreanos na chamada zona desmilitarizada.
A reativação dos alto-falantes na fronteira provocou a ira de Pyongyang, que nega seu envolvimento nas explosões que mutilaram os militares sul-coreanos.
Na quinta-feira, a Coreia do Sul fez dezenas de disparos de artilharia em direção à Coreia do Norte, em resposta a um ataque de Pyongyang contra os alto-falantes.
Quase todos os projéteis disparados pelos dois lados caíram em suas partes respectivas da zona desmilitarizada (DMZ), que tem dois quilômetros dos dois lados da fronteira.
As tropas sul-coreanas entraram no sábado em alerta máximo diante do fim do prazo do ultimato da Coreia do Norte, que ameaçou o vizinho e rival com uma "guerra total", caso Seul não interrompa as operações propagandísticas.
Antes do fim do ultimato, o Exército Popular Coreano (EPC) anunciou que as unidades mobilizadas na fronteira estavam em "estado de guerra", seguindo ordens do dirigente do país, Kim Jong-un, prontas para responder caso Seul não atenda a exigência.
"Chegamos ao amanhecer de uma guerra e a situação é irreversível", afirmou, em tom de ameaça, o ministério norte-coreano das Relações Exteriores em um comunicado.
Neste contexto de tensão, o governo dos Estados Unidos reiterou o compromisso com a defesa da Coreia do Sul, anunciou o comandante do Estado-Maior de Washington, o general Martin Dempsey.
O governo dos Estados Unidos mantêm 30.000 militares de maneira permanente na Coreia do Sul.
Esta não é a primeira vez que Kim Jong-Un faz uso da retórica bélica. Em 2013, o jovem dirigente norte-coreano já havia declarado "estado de guerra".
Os dois países permanecem tecnicamente em guerra há 65 anos porque o confronto da península da Coreia (1950-53) acabou com um simples cessar-fogo, que nunca foi formalizado por um tratado de paz.
FONTE: https://br.noticias.yahoo.com/coreia-norte-decreta-estado-alerta-fronteira-095138880.html
Será que a Guerra da Coréia vai recomeçar em 2017 ?
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