Nova Guerra Fria

domingo, 7 de junho de 2015

LÍBIA: ESTADO ISLÂMICO AVANÇA, DEFESA DA ESPANHA PROPÕE INTERVENÇÃO MILITAR!

Filial do Estado Islâmico continua ganhando território na Líbia. Situação fez com que o ministro de defesa da Espanha, Pedro Morenes, declarasse publicamente o seu desejo de uma intervenção militar no país

A filial do grupo jihadista EI (Estado Islâmico) na Líbia tomou neste sábado (6) o controle da cidade de Haraua, a cerca de 440 km ao leste de Trípoli, capital do país, informou à Agência Efe uma fonte de segurança. Os jihadistas se instalaram nos principais bairros e no aeroporto sem encontrar oposição, já que as forças de elite do governo considerado rebelde, com sede em Trípoli, tinham fugido.

Logo após a entrada na cidade, os extremistas pediram aos moradores de Haraua uma compensação de 2 milhões de libras (1,3 milhão de euros) pelas baixas causadas pela milícia Falange 166, que faz parte da plataforma Fayer Líbia (Amanhecer da Líbia), fiel ao governo rebelde de Trípoli. Segundo a fonte consultada pela Efe, antes de abandonar a cidade o grupo de elite miliciano tinha matado 23 jihadistas em combates ocorridos no leste do país.

Além disso, a filial do EI na Líbia exigiu a saída de todos os responsáveis pelas mesquitas e dos órgãos governamentais, assim como das delegacias, com o objetivo de hastear a bandeira do grupo terrorista nesses locais. Os jihadistas entraram na cidade em uma caravana de carros, segurando fuzis e outras armas leves, provocando pânico entre a população, que se uniu às forças de segurança e fugiu do local. A cidade de Haraua é situada entre Sirte, também sob o controle do EI, e Al Nufaliya, origem de oito combatentes do grupo jihadista mortos no Iraque e do líder do grupo, Abu Bakr al Bagdá

A Líbia é vítima do caos e da guerra civil desde 2011, quando a comunidade internacional contribuiu para a queda do regime ditatorial de Muammar Kadafi. Há meses, dois governos, um considerado rebelde estabelecido em Trípoli, e outro internacionalmente reconhecido com sede em Tobruk, lutam pelo poder apoiados por milícias islamitas e militares do antigo regime.

- Ministro espanhol defende intervenção militar na Líbia

Diante do caos político que abriu as portas da Líbia para o grupo Estado Islâmico e causou umas das maiores crises migratórias da história, o ministro espanhol da Defesa, Pedro Morenes, defendeu neste sábado (6) uma intervenção militar internacional no país norte-africano. "Fomos para o Afeganistão para impedir que tudo isso chegasse aqui, estamos no Iraque, no Mali e na Somália com o mesmo objetivo. Agora, o problema mora ao lado. Algo deve ser feito", disparou em entrevista ao jornal El Pais.

Morenes conta que, na semana passada, questionou a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, sobre o assunto. E ela teria respondido: "Acho inacreditável que ainda haja nações que se opõem (a uma intevenção). Pense na Síria. Há quatro anos, assistimos enquanto eles se matam mutuamente e (o Conselho de Segurança da ONU) é bloqueado por vetos. Esse é o mundo em que vivemos".

O ministro reiterou o apoio da Espanha a uma proposta italiana que pedia que a coalizão liderada pelos Estados Unidos que enfrenta o grupo Estado Islâmico na Síria e no Iraque tenha as operações estendidas para a Líbia. "Não existe uma coalizão para lutar contra o Daesh (sigla em árabe para designar a organização jihadista) no Iraque ou na Síria, existe uma coalizão para enfrentar o Daesh e ponto final". Para ele, é preciso que a comunidade internacional se articule antes que o "califado" tome a Síria.

Potências ocidentais - incluindo a Espanha, que neste ano ocupa um assento não-permanente no Conselho de Segurança da ONU - insistem em uma solução política para a crise na Líbia, mas não descartam a via militar. Mas isso, para Morenes, teria de acontecer com a aprovação do governo local. "A Líbia é um Estado soberano, independentemente de quem esteja no controle", afirmou. Mas a questão é justamente essa: quem governa a Líbia?

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