A Armênia advertiu nesta quarta-feira ao Azerbaijão que o abatimento de um helicóptero militar das forças separatistas de Nargorno Karabakh, cujo ambos países brigam pela soberania desde 1988, terá "consequências dolorosas".
"É uma provocação sem precedentes que conduz a uma escalada da situação. As consequências para a parte azerbaijana serão muito dolorosas", afirmou Artsrun Hovhannisyan, porta-voz do Ministério da Defesa armênio, em comunicado.
O responsável armênio tachou de "disparates" os argumentos do Azerbaijão de que o helicóptero "atacou as posições das Forças Armadas do Azerbaijão".
"A investigação dos destroços confirma que o helicóptero não dispunha de equipamentos militares", precisou.
Segundo o Ministério da Defesa do Azerbaijão, o aparelho atacou as posições na linha de separação entre ambos os grupos às 12h45 local (6h45, em Brasília), por isso que foi abatido pelas baterias antiaéreas.
Aparentemente, o helicóptero caiu a 500 metros da linha de separação entre ambos os grupos, na zona da região azerbaijana de Agdam, ocupada pelas forças separatistas do Karabakh desde o cessar-fogo de 1994.
"Durante os últimos exercícios militares das Forças Armadas da Armênia, a aviação inimiga está há três dias efetuando voos a fim de provocar na zona divisória à frente", acrescenta.
O ministro da Defesa azerbaijano, Zakir Gasanov, decretou hoje que seja condecorado o soldado que derrubou o aparelho inimigo.
Baku considera que, se não houver autorização oficial, todo aparelho que sobrevoar as zonas ocupadas pelos separatistas e território de Nagorno Karabakh viola o espaço aéreo azerbaijano.
Segundo dados provisórios divulgados por meios de comunicação armênios, três tripulantes morreram após a queda do helicóptero.
Enquanto isso, as autoridades separatistas do enclave armênio de Nagorno Karabakh precisaram que seu helicóptero participava de um exercício de instrução.
Embora reconheçam que o MI-24 sobrevoava uma zona muito próxima da linha de frente, a parte azerbaijana foi acusada de violar o cessar-fogo na zona, uma das mais militarizadas do mundo.
Alguns analistas consideram que trata-se do incidente mais grave com participação da aviação militar ocorrido desde a declaração do cessar-fogo em 1994.
Recentemente os presidentes da Armênia, Serj Sargsyan, e Azerbaijão, Ilham Aliyev, retomaram o diálogo sobre Nagorno Karabakh durante uma cúpula organizada em Paris pelo presidente francês, François Hollande.
O conflito entre os dois países vizinhos do Cáucaso Sul se remonta aos tempos da antiga União Soviética, quando o território azerbaijano de Nagorno Karabakh pediu sua incorporação à vizinha Armênia, algo que causou uma guerra que deixou cerca de 25 mil mortos.
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