Nova Guerra Fria

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Exército iraquiano ataca jihadistas para tentar retomar o controle

O exército iraquiano tentava nesta sexta-feira retomar o controle da situação com ataques contra os insurgentes sunitas na cidade de Tikrit (norte), no mesmo dia em que o secretário de Estado americano, John Kerry, chegava à Arábia Saudita para buscar soluções para o conflito iraquiano.

O Parlamento formado após as eleições de abril se prepara, por sua vez, para se reunir no dia 1º de julho e iniciar o processo político de formação de um governo, após o anúncio por parte do primeiro-ministro, Nuri al-Maliki, da necessidade de uma solução política para tirar o país da crise em paralelo à ação militar.

Maliki, um xiita criticado por marginalizar os sunitas e por monopolizar o poder, cedeu finalmente aos apelos da comunidade internacional em favor de um governo de união nacional que reúna todas as forças políticas e comunidades para frear a ofensiva liderada pelos jihadistas e lançada no dia 9 de junho.

Enquanto isso, as tropas governamentais, após sua debandada nos primeiros dias da ofensiva, tentam com dificuldade retomar as regiões controladas pelos insurgentes, liderados pelos jihadistas do Estado Islâmico no Iraque e no Levante (EIIL).

Depois de recuperar o controle da universidade de Tikrit na quinta-feira, 160 km ao norte de Bagdá, o exército bombardeava nesta sexta-feira posições dos insurgentes para proteger seus soldados na zona e preparava o ataque à cidade que tem cercada, segundo um funcionário de alto escalão.

Os combates obrigaram familiares dos funcionários da universidade que vivem nas proximidades a fugir. A universidade está estrategicamente situada na estrada que leva a Baiji, principal refinaria de petróleo no Iraque, e a uma base militar mais ao norte nas mãos dos insurgentes.

Militantes iraquianos mataram 160 prisioneiros!

Insurgentes iraquianos executaram pelo menos 160 prisioneiros na primeira metade deste mês na cidade de Tikrit, norte do Iraque, afirmou o grupo humanitário Human Rights Watch (HRW), com base na análise de imagens de satélite e fotografias divulgadas pelos militantes.

O grupo norte-americano disse que militantes do Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL) mataram entre 160 e 190 homens em duas localidades em Tikrit entre 11 e 14 de junho. "O número de vítimas pode muito bem ser maior, mas a dificuldade de localizar os corpos e de ter acesso à área impede uma investigação completa", afirmou o HRW.

Após tomar grande parte do território ao norte do Iraque e assumir o controle das cidades de Mosul e Tikrit, neste mês, o grupo extremista postou fotografias num site militante nas quais se via combatentes colocando soldados capturados em caminhões e a seguir deitados no chão, com as mãos amarradas às costas. As últimas fotografias mostravam os corpos dos prisioneiros.

O massacre parecer ter como objetivo instalar o medo nas desmoralizadas Forças Armadas iraquianas, que deixaram seus postos quando os militantes tomaram a maior parte do norte do país em apenas alguns dias, assim como assustar a maioria xiita, considerada apóstatas pelo EIIL.

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