Nova Guerra Fria

sábado, 14 de agosto de 2010

Uma Guerra Pelo Ártico...

A nova Guerra-Fria

Os países do Ártico estão prometendo evitar uma nova Guerra Fria por causa das mudanças climáticas, mas atividades militares se intensificam numa região polar onde um degelo pode permitir exploração de petróleo e gás ou novas rotas marítimas.

Os seis países ao redor do Oceano Ártico prometem cooperar em questões como fiscalizar novos possíveis locais para pesca ou rotas marítimas numa área muito remota, fria e sombria para despertar interesse durante toda a História.

O aquecimento global está gerando, contudo, divergências há muito tempo irrelevantes, como a disputa entre Rússia e Dinamarca em relação a quem detém o fundo do mar sob o Pólo Norte ou até aonde o Canadá controla a Passagem Noroeste que os EUA chamam de um canal internacional.

– Será um novo oceano numa área estratégica crítica – diz Lee Willett, diretor do Programa de Estudos Marinhos Instituto Real de Serviços Unidos para Estudos de Defesa e Segurança em Londres, prevendo ampla competição na área ártica. – A principal forma de projetar influência e salvaguardar interesses lá será por meio do uso de forças navais.

Forças por terra teriam pouco a defender ao redor de linhas costeiras remotas embaixo de centenas de quilômetros de tundra. Muitos especialistas em clima agora dizem que o Oceano Ártico poderia ficar livre do gelo até 2050 no verão, talvez até antes, depois de o gelo chegar a um nível baixo recorde em setembro de 2007 devido ao aquecimento que, segundo o Painel do Clima da ONU, é culpa da queima de combustíveis fósseis pelos humanos.


Nanook
Previsões anteriores diziam que a região ficaria livre de gelo nos verões até o fim do século. Um documento do Kremlin sobre segurança no meio de maio disse que a Rússia deve enfrentar guerras em suas fronteiras num futuro próximo por causa de controle dos recursos energéticos – do Oriente Médio até o Ártico.

A Rússia, que está se reafirmando depois do colapso da União Soviética, enviou um submarino nuclear em 2008 pelo Ártico sob o gelo para o Pacífico. A nova classe de submarinos russos é chamada de Borei – "Vento Ártico".

O Canadá promove um exercício militar, Nanook, todo ano para reforçar a soberania sobre seus territórios do norte. A Rússia enfrenta cinco membros da Otan – EUA, Canadá, Noruega, Islândia e Dinamarca via Groenlândia - no Ártico.

Em fevereiro do ano passado, o primeiro ministro canadense Stephen Harper criticou as ações "cada vez mais agressivas" da Rússia depois de uma avião de bombardeiro ter voado perto do Canadá antes de uma visita do presidente Barack Obama.

E no ano passado o governo da Noruega decidiu comprar 48 jatos Lockheed Martin F-35 a um custo de 18 bilhões de coroas (US$ 2,81 bilhões). Muito deve estar em jogo. A pesquisa geológica americana estimou, ano passado, que o Ártico tem petróleo, ainda não descoberto, suficiente para gerar 90 bilhões de barris – o que atenderia a demanda mundial por três anos.


E as rotas marítimas do Ártico poderiam ser atalhos entre o Pacífico e o Atlântico no verão mesmo que incertezas em relação a fatores como icebergs, custos de seguro ou uma necessidade de navios mais resistentes pudessem afastar muitas empresas. Outros especialistas dizem que os países podem facilmente ter um bom relacionamento no Norte.

– O Ártico atrairia interesse em 50 ou 100 anos, não agora – explica Lars Kullerud, presidente da Universidade do Ártico. – É um exagero falar em Guerra Fria.

Ele diz que uma área disputada pela Rússia e a Dinamarca no Pólo Norte não é maior do que a área cinzenta no Mar de Barents.
 

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