Neste momento, vários lugares do mundo apresentam tensões extremas que podem acarretar em conflito militar. Hoje falaremos do continente africano. Aprenda mais com o Sempre Guerra!
Entenda a situação:
Nesta última década, mais de 15 conflitos abalaram o continente africano. Entenda cada um deles:
SOMÁLIA:
A Somália é um dos casos mais preocupantes, depois de elevar os ataques dos islamitas do movimento A-Shabaab.
A Somália vive em conflito desde 1991, na sequência da queda do Governo de Siad Barre, que envolve milícias e várias fações militares, em disputa pelo poder. A presença de forças militares internacionais (União Africana) e o esforço de mediação da comunidade internacional não tiveram até agora resultados.
MADAGASCAR:
Madagáscar vive em tensão permanente, desde que em março do ano passado Andry Rajoelina tomou o poder pela força, derrubando o Presidente Marc Ravalomanana. Há algumas semanas registou-se uma tentativa de golpe de Estado e até agora falharam todas as tentativas diplomáticas para levar a normalidade institucional ao país.
SUDÃO X CHADE:
O Sudão está também envolvido numa crise que envolve o Governo e o Movimento Popular de Libertação do Sul, que quer a autonomia da região sul. Os olhos estão postos num referendo a ser realizado em 2011, mas entretanto milhares de pessoas já foram desalojadas da região de Abyei, rica em petróleo, desde o processo de paz de 2005.
Na mesma região, o Darfur é outra zona frágil. Milícias e o Governo central do Sudão e o Chade (acusado pelo Sudão de dar apoio às milícias) envolveram-se numa disputa de terra arável. Os acordos de cessar-fogo e de paz não foram eficazes.
Omar Al-Bashir, Presidente sudanês, é alvo de mandatos de detenção do Tribunal Penal Internacional por crimes de guerra e genocídio no Darfur.
UGANDA X SUDÃO:
Do Uganda chegaram os confrontos entre o Governo e o Exército de Libertação do Senhor, apoiado pelo Sudão, numa espécie de vingança pelo apoio ugandês à libertação do sul do Sudão.
ETIÓPIA X ERITRÉIA:
Da Etiópia e Eritreia chegou mais um conflito de fronteiras, mil quilômetros disputados e uma guerra sangrenta desde 1998, terminada dois anos depois (acordos de Argel), mas desde então zona de tensão.
ZIMBÁBUE:
Tensão também no Zimbabue, entre os partidos ZANU-PF, de Robert Mugabe, e o MDC, na República Centro Africana (após golpe de Estado de 2003), ou até no Lesotho, com eleições em 2012 e onde os golpes de Estado ou tentativas são frequentes desde a independência, em 1966.
OUTRAS REGIÕES:
Nesta década, instabilidade também em S. Tomé e Príncipe, na Guiné-Bissau, em Angola (Cabinda), na Mauritânia (entre militares e partidos políticos), e na Guiné Conacri, depois da morte de Lansana Conte em 2008.
E não muito distantes no tempo, ainda casos como o da RDCongo, envolvendo o Presidente Laurent Kabila, os movimentos MLC e grupos de guerrilha. O acordo de paz foi alcançado em 2002, mas persistem ações de guerrilha no leste do país.
Na Costa do Marfim, o Governo e três movimentos rebeldes envolveram-se em guerra em 2002, na sequência da morte do Presidente Félix Boigny, e no Burundi rivalidades étnico-religiosas (entre hutus e tutsis) envolveram o Governo e uma fação do Partido de Libertação do Povo Hutu. A paz teve vários impasses nesta década, apesar do acordo de Dar-Es-Salaam, de 7 de setembro de 2006.
No deserto, conflito renova disputa entre Marrocos e Argélia:
Dezenas de edifícios ainda estão enegrecidos por causa do incêndio que atingiu a principal avenida da remota cidade de Laayoune, no deserto. Suas janelas ainda estão quebradas e suas portas, fechadas com tábuas. Um silêncio hostil tem reinado desde a rebelião que ocorreu no mês passado, deixando 11 policiais marroquinos mortos e centenas de feridos.
A violência – a pior vista aqui em décadas – renovou um antigo conflito entre Marrocos, que rege o Saara Ocidental, e os separatistas da Frente Polisário, baseada e apoiada pela vizinha Argélia.
Muitos temem que o episódio vá semear mais caos no território do tamanho do Estado americano do Colorado, ou até mesmo criar uma abertura para a Al-Qaeda, que ganhou espaço em países vizinhos no noroeste da África nos últimos anos.
"Há tensões sociais reais em Laayoune e elas estão sendo alimentadas pela Guerra Fria entre Marrocos e Argélia", disse Tlaty Tarik, um analista político. "Essa situação está se tornando mais perigosa por causa da violência e porque a Al-Qaeda está presente na região".
Fonte: Último Segundo
TENSÃO NA COSTA DO MARFIM - PAÍS Á BEIRA DE UMA GUERRA
A França recomendou que seus cidadãos deixem a Costa do Marfim, enquanto se aprofunda a violenta luta pelo poder entre o presidente em exercício, Laurent Gbagbo, e seu rival Alassane Ouattara.
Gbagbo se nega a deixar a Presidência após a eleição presidencial de 28 de novembro, que países africanos e potências ocidentais dizem que ele perdeu para Ouattara, em uma disputa que já deixou 50 mortos e ameaça reiniciar uma guerra civil.
Hoje há cerca de 13 mil cidadãos franceses na Costa do Marfim, ex-colônia francesa.
A União Europeia e os Estados Unidos impuseram sanções sobre Gbagbo e membros de seu círculo interno, numa tentativa de pressioná-lo a sair, e países africanos lhe ofereceram refúgio em boas condições.
Mas Gbagbo não dá sinais de estar cedendo às pressões, e na noite de terça-feira convidou um comitê internacional para reexaminar os resultados da votação. Um porta-voz de Ouattara, na quarta-feira, qualificou de tática de adiamento.
A Nigéria, um dos países que ofereceu refúgio a Gbagbo, disse na terça-feira que já retirou todos seus diplomatas da Costa do Marfim depois de um ataque contra sua embaixada em Abidjan e que vai retirar seus outros cidadãos do país.
A turbulência na Costa do Marfim, maior produtor mundial de cacau, elevou os preços do cacau à máxima dos últimos quatro meses e suscitou o receio de que possíveis combates possam bloquear as exportações do produto.
Esta semana, o Conselho de Segurança da ONU desafiou Gbagbo, estendendo o mandato de sua força de paz de 10 mil homens, que Gbagbo havia pedido que deixasse o país.
Fonte: Estadão
França: Tropas responderão se forem atacadas
As tropas francesas na Costa do Marfim tem o direito de se defender, se elas forem atacadas, disse no domingo, a Ministra dos Negócios Estrangeiros, Michele Alliot-Marie.
"Se eles forem atacados diretamente ... há o direito de legítima defesa", disse ela em entrevista ao canal de televisão TV5, rádio RFI e o jornal Le Monde. O presidente da Costa do Marfim, Laurent Gbagbo, disse a ONU e as tropas francesas para abandonar o país, mas o líder da ONU, Ban Ki-moon, rejeitou o apelo.
Fonte: Reuters